Resenha de História das Américas: novas perspectivas
O artigo aborda tendências historiográficas recentes que, ancoradas em pesquisas empíricas, possibilitam uma nova compreensão da presença e da atuação dos grupos e comunidades indígenas nos processos de construção dos Estados-nações americanos, subdividividindo-se em quatro tópicos, mais as considerações finais e defendendo uma proposta que considera de acordo com a própria autora, “as especificidades dos contextos históricos, dos agentes em contato (com seus respectivos interesses e relações) e das próprias dinâmicas dos processos analisados para compreendê-los em sua complexidade”. Através de uma apresentação de pesquisas e estudos de casos, focalizados principalmente nas regiões do México e do Peru, Maria Regina Celestino de Almeida vai discorrer não apenas sobre a participação efetiva desses grupos, como também sobre os caminhos percorridos desde o período colonial, até a configuração inicial dos Estados nacionais latino-americanos.
Perpassando as relações dos variados grupos indígenas com os colonizadores, as sociedades coloniais, a metrópole e com os grupos que surgem no período da independência. Ressalta ainda, que muito além de massa de manobra, os indígenas eram capazes de interpretar, à sua maneira, os ideais defendidos por cada grupo e de acordo com seus interesses oferecer apoio a um ou outro. Porém, a autora também mostra que não necessariamente esta era uma decisão unânime dentro de um mesmo grupo ou comunidade indígena e que no decorrer do processo, um grupo podia dividir-se ou mudar de lado de acordo com suas necessidades e interesses.
Outro ponto abordado no artigo é a defesa não do desaparecimento das identidades indígenas, mas sim de sua invisibilização por parte do liberalismo, em busca de