Resenha de Gramática
No segundo capítulo, é tratado o domínio atual da língua portuguesa. Assim como qualquer língua viva, o português apresenta variedades quanto à pronúncia, gramática e vocabulário. Em Portugal, ela é homogênea, já no Brasil, o tecido linguístico apresenta degradação de cores. Apesar das grandes diversidades internas, o português conseguiu manter coesão entre suas variedades. Os dialetos do português europeu dividem-se em: dialetos galegos, portugueses setentrionais e portugueses centro-meridionais. Essa divisão é feita a partir dos sibilantes. O autor explica as diferenças nos traços da pronúncia e dos tipos lexicais de cada dialeto, sendo que a distribuição destes tipos não depende só do linguístico, mas de fatores histórico-culturais e sociais. A gramática apresenta mapas com a classificação da divisão dos dialetos, traços fonéticos e lexicais.
O capítulo abrange também os dialetos das Ilhas Atlânticas. Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, as características fonéticas prolongam o grupo do dialeto centro-meridional e apresentam traços muito peculiares que são exemplificados pelo autor. Nos dialetos brasileiros, existe uma falta de informações rigorosas que não permite classificá-los em bases como no português europeu. Segundo Antenor Nascentes, é possível distinguir dois dialetos: do Norte (amazônico e nordestino) e do Sul ( baiano, fluminense, sulista e mineiro) e o livro apresenta um mapa de tal divisão. No português da África, da Ásia e da Oceania, os estudos dividem-se nas variedades crioulas e não-crioulas. As crioulas resultam do contato que o sistema linguístico indígena estabeleceu. Eles derivam da língua franca que servia de meio de comunicação entre os povos e os navegadores. Quanto às não-crioulas, existe não só a presença do português mas também das variedades européias, sobretudo com emprego de um vocabulário proveniente da