Resenha de Gattaca
Filhos de Deus, inválidos e uterinos ou programados, válidos e in vitro. Essas são as palavras que, basicamente, resumem Gattaca. A relação entre o homem, Deus e ciência, presentes hoje, talvez, em um futuro não muito distante, desapareça. O ser humano será seu próprio criador e não haverá mais conflitos entre a comunidade científica e religiosa, pois esta última será extinta, assim como os valores humanos, morais, éticos e sentimentais. Na distopia futura, o acaso, que perpetuou durante a história humana, não existirá, devido ao nível de perfeição e exatidão no desenvolvimento dos seres. O sexo, o qual biologicamente é considerado um fator importante para a propagação da espécie; futuramente, será inútil para este fim e, servirá apenas, como passatempo para os humanos. Mas será que o ser humano titulado como ‘imperfeito’ não tem perfeitamente a capacidade de superar os empecilhos da vida biossocial, até mais, do que os indivíduos ‘perfeitos’? Estas são algumas das reflexões que o longa-metragem nos remete.
Esta produção estadunidense, Gattaca – A experiência genética foi lançada no ano de 1997 e dirigida pelo neozelandês Andrew Niccol, abordando como tema principal a Eugenia. Ela foi concebida por Francis Galton, em 1883, significando “bem nascido” e tem o objetivo de gerar seres humanos perfeitos, a partir da combinação dos melhores genes de seus progenitores. Galton acreditava que se adaptasse a seleção natural à voluntária, os humanos poderiam se transformar em mecanismos de aperfeiçoamento da espécie, já que as pessoas originadas pela concepção natural eram tituladas como seres ‘inferiores’, além de serem vistas como empecilhos para tal melhoramento.
Gattaca, embora seja uma ficção científica, aborda a realidade e o impacto da ciência em nossas vidas, com um conteúdo que continuará a atravessar gerações, a Eugenia. No passado, foi usada pelos nazistas, como forma de destacar a superioridade genética da raça ariana. No presente,