Resenha de fotografia
Em suma, o capítulo se remete a um componente singular, subjetivo e crítico no processo visual, o espectador. AUMONT (1993, p. 77) “O sujeito não pode ser definido de forma simples, pois sua relação com a imagem é definida pela sua capacidade de percepção, pelo conhecimento prévio, pelos valores e gostos e por sua vinculação num contexto.” Ao analisar a imagem e seu espectador, o autor frisa a importância da observância de uma fotografia em seu âmbito social, religioso, pessoal, etc. Para ele, existe uma série de fatores que influenciam o modo como cada pessoa observa uma imagem, desde o pré-requisito do saber, do gosto, das crenças, que por sua vez, são remetidos a uma história, a uma classe social, a uma época, a uma cultura, enfim, a uma vida. Segundo Aumont, a fotografia não é apenas uma mera imagem em um quadro emoldurado ou uma lembrança simbólica no porta-retratos da sala. O significado da fotografia é bem mais amplo e complexo do que a maioria das pessoas pensam. Uma imagem, por mais antiga e sem sentido que seja, passou por uma história, um momento singular, que não volta atrás. E é nesse contexto, que entra a parte do espectador; de avaliador, ideológico, interpretador, e até ator. A relação entre espectador e imagem é uma atividade recíproca: ao mesmo tempo que o espectador a constrói, ela também o constrói. No sentido de interligar a percepção e a importância da linguagem fotográfica ao mundo cognitivo do homem moderno, Aumont é bastante real em suas ideias. Obstante do conceito comum das pessoas, em que fotografia é apenas um clique na câmera diante de um lugar, situação, pessoa, etc., o autor passa uma sensibilidade artística e profissional a sua obra literária. Concordo plenamente com ele, quando em sua linha de pensamento, questiona: “O espectador constrói a imagem ou a imagem constrói o espectador?” Nessa perspectiva, as estruturas como o imaginário, as emoções, a base sociocultural, o real, o saber, o