Resenha do texto “Falhas de Governo”, Marcos Mendes O artigo de Marcos Mendes refere-se a como as intervenções governamentais podem resultar em problemas ainda maiores do que aqueles que já existiam previamente. O autor defende, portanto, uma análise precedente das vantagens e desvantagens de todas as ações governamentais. O primeiro ponto abordado é a questão da escolha coletiva. Esta constitui a forma pela qual são decididas as ações governamentais, mas apresentam dois problemas fundamentais: a incapacidade de o governante conhecer inteiramente os interesses do eleitorado e a heterogeneidade deste. Diante disto, o autor ressalta ainda, considerando hipoteticamente que fosse possível ter conhecimento acerca das preferências de todos os eleitores, a propensão do aumento do gasto público. Isso se explica pelo fato de a divisão de renda não ser igualitária, de modo que a população com renda igual ou abaixo da mediana, que constituem a maioria, tendem a preferir mais serviços públicos expandindo não só tais gastos, mas também dos impostos. Outro ponto importante é o problema do “pincipal-agente” e das “informações assimétricas”. Segundo Mendes, já que não há como o eleitor monitorar plenamente os políticos e estes, por sua vez, os servidores que gerenciam as políticas públicas, há a possibilidade de que ambos busquem a realização de objetivos pessoais em detrimento dos coletivos. É precisso ressaltar ainda a falta de incentivos tanto à eficiência dos serviços públicos, quanto à sua inovação. Uma vez que os gastos não são pagos e nem destinados diretamente aos servidores, eles não se preocupam nem com os preços a serem pagos, nem com a qualidade oferecida. Além disso, como há a estabilidade de emprego e a monopolização estatal dos serviços, o nível de dedicação no trabalho se reduz e não há o estímulo de inovação e melhorias gerados pela concorrência. Marcos Mendes expõe também o alto custo de transação nas decisões públicas, o qual é responsável pelas