Resenha de: CHARTIER, Roger. Introdução: Por uma sociologia histórica das práticas culturais. In: A história cultural: Entre práticas e representações. Lisboa: Editora Difel, 1990.
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Resenha de: CHARTIER, Roger. Introdução: Por uma sociologia histórica das práticas culturais. In: A história cultural: Entre práticas e representações. Lisboa: Editora Difel, 1990. O presente texto refere-se a uma introdução do livro do autor, escrito na década de 1980. Nela, inicialmente são discutidos aspectos sobre o contexto de insatisfação frente à história cultural francesa da década de 1960/ 1970, e para tanto Chartier problematiza a ampliação dos campos da história cultural e das mentalidades como adequação às demandas contemporâneas e como contraponto ao que foi estabelecido como história econômica e social, com a aplicação de princípios já conhecidos a novos objetos. Ao longo do escrito o autor provoca para novas maneiras de pensamento e confronto de paradigmas, colocando a história cultural como modo de compreensão a diferentes contextos das realidades sociais. A partir da introdução da história cultural como ferramenta metodológica, Chartier coloca em debate o conceito de representações do mundo social, problematizando as intencionalidades de quem produz os discursos e defendendo que nas “lutas de representações” não existe neutralidade, tanto quanto nos conflitos econômicos. Para o autor, a construção de representações é um campo de batalha no qual também podem ser estabelecidas relações de dominância por determinados grupos, de modo a imporem suas perspectivas, sendo que é possível identificar tais conflitos até mesmo nas disciplinas e áreas de conhecimento que se reivindicam enquanto objetivas e subjetivas, mesmo dentro do mesmo campo, como a história. Sendo assim, o autor propõe que as polarizações e homogeneizações entre as áreas de conhecimento sejam ampliados para que a complexidade de seus conceitos seja considerada. No que diz respeito a história cultural, o autor enfatiza a necessidade da compreensão dos símbolos e dos significados como forma de identificar e nomear os aspectos da vida social, conferindo-lhes visibilidade. De tal modo, a