Resenha de "As limitações do método comparativo da Antropologia", de Franz Boas
1040 palavras
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Nesse importantíssimo texto, Franz Boas sintetizou de forma brilhante o método comparativo da Antropologia e o porquê de ele não nos servir muito bem. Partindo da introdução, o autor já apresenta uma descoberta crucial para a antropologia moderna, quando escreveu que “A sociedade humana cresceu e se desenvolveu de tal maneira por toda parte, que suas formas, opiniões e ações têm muitos traços fundamentais em comum”. Isso diz, basicamente, que existem leis fundamentais que regem o desenvolvimento das sociedades. Ou seja, toda e qualquer cultura se desenvolverá até o ponto que descobrirá características que são comuns a todos os grupos. Resumindo a história da Antropologia, Franz Boas coloca o acontecimento dessa descoberta como um divisor de águas. Segundo ele, antes disso acreditava-se que a disciplina só servia para escrever sobre os costumes e as crenças de povos estranhos e para falar sobre as interações e afinidades entre povos antigos. Hoje, já há alguns antropólogos que acreditam que isso é função do historiador. Juntamente com as mudanças na concepção da antropologia, vieram mudanças radicais de métodos. E é sobre isso que o texto foca a partir daí. “Enquanto, anteriormente, identidades ou similaridades culturais eram consideradas provas incontroversas de conexão histórica ou mesmo de origem comum, a nova escola se recusa a considerá-las como tal, interpretando-as como resultado do funcionamento uniforme da mente humana.”. Boas explica: os mesmos fenômenos estão presentes nos mais diversos povos. Ou seja, mesmo nos povos mais isolados e distantes, onde seria improvável a conexão histórica, esses fatores se desenvolvem. Ou seja, quando se analisa traços semelhantes entre culturas distantes, pressupõe-se que eles se originaram independentemente, e não de uma fonte histórica comum. O texto afirma que as ideias universais não existem de forma idêntica em toda parte, mas variam. Ou seja, uma mesma característica é comum entre duas sociedades, mas, no