Resenha - Da revoluc a o de 30 ao Estado novo
O texto da Dulce Pandolfi faz uma discussão sobre o período depois da Revolução de 30 e antes do Estado Novo. A autora tenta desconstruir o discurso formulado pelos próprios atores do Estado Novo de que o regime era uma consequência natural da Revolução de 30. O problema desse discurso é que ele coloca à sombra certas disputas políticas que aconteceram no período. Havia várias divergências em relação a institucionalização e a legitimação do novo regime, processo que vai acontecer durante 7 anos. Há uma disputa grande sobre o controle do Estado, sobre quem vai controlá-lo e sobre o tipo de governo vai ser organizado. As divergências políticas são claras neste período, por isso a autora tenta enfatizar, no texto, a estrutura política depois da revolução de 30 e os debates e controvérsias do período. O período de 30 a 37, então, é um período de efervescência e disputa política. A Aliança Liberal, que se constrói em torno da candidatura de Getúlio Vargas, é uma composição de forças muito heterogêneas, que se unem contra as Oligarquias dominantes em prol da revolução de 30. O grupo da Aliança Liberal é formado por figuras políticas de peso e pelos os tenentes, que serão personagens importantes no período. Entre os políticos conhecidos como “oligarcas dissidentes” estão Artur Bernardes, Epitácio Pessoa, Venceslau Brás, Antônio Carlos, João Pessoa e o próprio Vargas. Entre o grupo dos tenentes estão Juarez Távora, Miguel Costa, João Alberto, Siqueira Campos e Cordeiro de Farias. Os Aliancistas defendiam a reforma do sistema político, o voto secreto e os direitos sociais. Porém, quando o inimigo comum dos aliancistas foi derrotado na revolução de 30, as divergências dentro do grupo começaram ficar mais evidentes. As principais divergências entre os Aliancistas diziam respeito à duração do governo provisório e ao modelo de Estado. Os tenentes queriam que o governo provisório tivesse maior