RESENHA Cultura Brasileira e História da Lentidão na História
Uma ferramenta para mostrar como a cultura indígena ainda é vista de forma negativa e indiferente pela própria cultura brasileira, em que os historiadores têm papel fundamental, em formar uma consciência nacional que veja a questão indígena não com um olhar discriminatório e/ou preconceituoso, mas partindo do princípio de que os indígenas tenham vez para contar a sua própria história, que também é, a nossa própria história. É assim que pode ser definido o capítulo Cultura Brasileira e História da Lentidão na História. O assunto é abordado ao longo do capítulo 15, nos quais o autor trata sobre a questão da mentalidade, da questão indígena, suas terras, do seu legado cultural e de sua luta em valorizar sua cultura.
Leonardi destaca que a história das mentalidades, possui dimensões subjetivas que devem ser consideradas nas análises históricas, devido suas relações complexas com as estruturas sociais. Ilustra como as próprias palavras podem ser usadas de forma excludente, criando “barreiras culturais, fazendo com que os indígenas se tornassem os ‘grandes mudos da história do Brasil’”. (LEONARDI, 1996, p. 281). Analisa que o processo da consciência nacional brasileira, sempre esteve encharcado de antipatia e desconfiança em relação às sociedades indígenas, principalmente nas ideologias racistas já construídas no país há séculos. Ressalta positivamente o trabalho dos antropólogos que têm se dedicado ao estudo das relações dos brasileiros com os povos indígenas, especialmente na área da etno-história, e a atenção voltada, às lutas dos indígenas contra as invasões de suas terras, por parte da área jornalística, mas critica a falta de pesquisas multidisciplinares nas universidades brasileiras voltadas às problemáticas das terras brasileiras e das sociedades indígenas, que podem enriquecer os estudos e