Resenha crítica

CARDOZO, Alírio. “Sacras Intrigas”: conflitos entre ordens religiosas no Maranhão e Grão Pará (século XVII), em: Revista Estudos Amazônicos, Belém, Vol. II, nº 1, pp11-38, 2008.
1 - Resumo
O texto tem como objetivo refletir a respeito das diversas faces do convívio entre ordens religiosas no Estado do Antigo Maranhão, divido em seis partes, incluindo a introdução. Nesta, o autor esclarece que as divergências entre ordens religiosas são tão importantes quanto os conflitos entre missionários e moradores.
Após a introdução o autor trata do conflito entre Franciscanos e Jesuítas, principalmente entre as diferenças do modo de atuação e de relação entre os setores laicos da sociedade. Os primeiros a aportar na Amazônia e com número maior de missionários, os franciscanos, até a década de 1640, eram os preferidos em algumas aldeias, devido sua ética da pobreza, sendo este uma dos principais argumentos utilizados por seus aliados, eram ainda vistos como solícitos e dispostos a tudo pela evangelização, ao contrario dos jesuítas que só faziam o que lhes desse retorno.
Antes de 1624, os franciscanos já haviam conquistado razoável apoio entre os moradores, o que fortaleceu sua posição na região. Porém, com a ascensão do Governador Coelho de Carvalho, os jesuítas começaram a ganhar espaço através de alianças com a família Albuquerque Coelho. Em paralelo, no ano de 1624, assumiu o comissariado dos franciscanos, o frei Cristovão de Lisboa, que também era qualificador do Tribunal do Santo Oficio. Este, por sua vez tomou uma série de atitudes que desagradou os moradores do Grão Pará, principalmente na Capitania de Belém, gerando conflitos entre franciscanos e a sociedade local.
O autor salienta que por trás destes conflitos havia o embate entre duas diferentes estratégias de convívio com os poderes locais, alem de duas formas diferentes de apostolado. A Companhia de Jesus traçava alianças através de diálogos enquanto os franciscanos demonstravam não se preocupar o bastante com