Resenha crítica
O filme “Kinky Boots – Fábrica de Sonhos” mostra uma fábrica artesanal de sapatos masculinos localizada numa pequena cidade ao norte de Londres, chamada Northampton. O dono da fábrica faleceu e o seu filho, Charlie Price (estrelado pelo ator Joel Edgerton), assume a direção. Sem saber a verdadeira situação da empresa, praticamente falida, Charlie começou a andar pelas ruas pensando em alguma solução para salvar o negócio que herdou. O bacana deste filme são cenas que podem servir como algumas aulinhas de administração de empresas e também psicologia do consumidor e até marketing. Administração porque ele tenta salvar a empresa, como será comentado abaixo. Psicologia do consumidor e marketing, pois os dois andam juntos para fisgar o comprador de acordo com planejamentos realizados pelas esquipes.
Quando Charlie tentou ir à capital londrina vender sua produção, percebeu o processo de globalização. Viu sapatos checo-eslovacos, fabricados em massa, com preços bem abaixo da sua produção artesanal. Modelos diferenciados para fisgar os consumidores, fazendo eles terem vontade de comprar quase todos os pares da coleção. Comerciais massivos para influenciar o consumidor na decisão da compra. Charlie percebeu também que a qualidade daqueles sapatos não era muito boa, mas ao conversar com um funcionário da loja sobre isso "pobres dos donos destes sapatos, eles não duram um ano, enquanto os nossos são para toda vida", o rapaz respondeu: "Sim, duram apenas um ano e eles precisam comprar outros, que ótimo não?". Essa cena mostra como funciona a industrialização em geral, lançam cada vez mais produtos com menor custo, que passam a ser de uso popular, e realizam muito marketing/publicidade para as pessoas acreditarem que precisam trocar por mais novos sempre e também que necessitam ter de qualquer maneira (em psicologia do consumidor, é a dissonância cognitiva – ansiedade pelo compromisso de compra). Fora o tempo