Resenha crítica

Série Narrativa do Cotidiano

O cotidiano é visto no presente trabalho como a vida comum rotineira de cada um em várias instâncias dos indivíduos bem como no convívio com o outro, no trabalho, na família incluindo as dificuldades diárias. Para Franca (1996) “O cotidiano é atravessado pelos contrários, e essa ambigüidade que constitui a substância da experiência. O cotidiano proporciona ao homem ações inerentes ao seu livre-arbítrio, a sua inteligência e instinto.
Visto como lugar da constituição dos laços e da sociabilidade, o cotidiano torna-se palco de uma teatralidade prosaica com cenas, atores e enredos que se repetem e renovam. Para Agnes Heller, a vida cotidiana é a vida de todo homem cuja realização caracteriza-se pela heterogeneidade e pela hierarquização e pela hierarquização de elementos que configuram. Sendo assim, a autora apresenta a inserção da realidade como elemento prioritário na proposta sistemática das interações de comunicações.
Parafraseando Certeau “considera-se como sujeitos do cotidiano todos aqueles que, de modo mais visível ou mais sutil, deixam suas marcas nesse cotidiano [...]
A noção do cotidiano visa também os laços de conversação ordinários que fecunda a interação com o outro, formando relações sociais que moldam a convivência. Nesta linha de pensamento cita-se Adriano Rodrigues, “... processos ritualizados que atravessam a experiência social, quer individual, quer coletiva, em que está em jogo este reconhecimento recíproco.” (1997p. 26). A comunicação é algo inerente ao ser humano e está presente desde a pré-história como marca da nossa aptidão como espécie na natureza. Ela evoluiu muitíssimo, sofisticando-se mais e mais numa complexidade social do homo sapiens, interagindo com outras dimensões, como política, econômica, social e cultural. Isso sucedeu de tal maneira que não se consegue distinguir uma da outra no nosso cotidiano.
Na perspectivas da pesquisa sobre práticas comunicativas, essas pequenas coisas são narrativas