resenha crítica - a questão judaica de Karl Marx
MARX, Karl. A Questão Judaica. Tradutor Artur Morão.
Autora: Fabíola Renata Cavalheiro Caldas Tomasini1
Prof. André Luis Faisting
Universidade Federal da Grande Dourados – Faculdade de Ciências Humanas
Mestrado em Sociologia – Teoria Sociológica Clássica
O texto “A Questão Judaica”, de Karl Marx, foi publicado em 1844, em sua juventude, fase de sua produção em que é considerado mais idealista. Nesse escrito, Marx critica Bruno Bauer (jovem hegeliano) sobre a posição assumida pelo último com relação à possibilidade de emancipação política dos judeus na Alemanha.
Para Bauer a questão judaica resolver-se-ia, a partir do momento em que os judeus renunciassem ao judaísmo, a sua religião. Ia mais adiante, ainda, afirmando que o Estado Cristão (Estado Alemão) também precisava libertar-se do cristianismo, para que ambos, judeus e Estado, se emancipassem politicamente.
Dessa forma, segundo Marx, Bauer entendia que a emancipação política do Estado e dos judeus aconteceria se eles abolissem toda a religião.
Entretanto, o autor de “A Questão Judaica” criticava o entendimento de Bauer, argumentando que o mesmo não considerou em suas ponderações sobre a emancipação dos judeus, os desdobramentos da emancipação política e da posterior emancipação humana.
Marx explica, refutando Bauer, que não havia necessidade de acabar com a religião para que houvesse a emancipação política dos judeus, ou de qualquer outro indivíduo, e cita como exemplo os Estados Norte Americanos, os quais eram laicos, no entanto, formavam-se por homens das mais diversas religiões.
Para solucionar a questão da emancipação Marx afirma que, libertar-se-ia o Estado da religião, não a abolindo por completo, e sim a deslocando para a sociedade civil.
Denota-se que, para o autor, seriam necessárias duas “dimensões” 2 na vida dos homens para a consumação da emancipação política do Estado: o Estado Político e a sociedade Civil.
No Estado Político o homem seria o “cidadão”