Resenha Crítica A condição humana labor
“O labor do Nosso Corpo e o Trabalho de Nossas Mãos”, do livro A Condição Humana de Hanna Arendt, propõe uma busca pelos significados das palavras labor e trabalho, além de uma crítica a alguns posicionamentos do filósofo Karl Marx.
A autora tenta encontrar fundamentação para a distinção entre labor e trabalho na fenomenologia, o estudo descritivo de um grupo de situações que se manifestam no tempo ou no espaço, que vão de encontro às leis previamente estabelecidas. A história não evidencia uma diferença entre esses conceitos.
A primeira distinção citada acima propõe uma explicação da diferença entre labor e trabalho, atualmente considerados sinônimos, através das línguas da Europa consultadas. Em outro momento, estes mesmos substantivos possuíam significados diferenciados. O labor é empregado numa situação de dor e atribulação, associado à necessidade da vida, peculiar a escravos e servos. O trabalho se caracterizava por ser uma atividade pertencente aos participantes da vida política.
O emprego moderno destas palavras fracassou, pois a palavra labor, por não estar ligada diretamente ao produto final, permanece em um estado de gerúndio, de ação corrente, característica inerente a um substantivo verbal. Esta conseqüência se deu devido pouca preocupação atribuída a pelo labor, principalmente por se tratar de um atividade que não pertencia àqueles considerados “preocupados exclusivamente com seu ofício”. O fato de haver um substantivo correspondente para trabalho e não para labor demonstra a diferença de significados entre os termos.
Porém, através da teoria política, os filósofos destituíram a distinção entre a esfera privada, política e pública, colocando a contemplação em oposição a qualquer tipo de atividade. Somando a isso, Marx e Engels fazem a seguinte observação: primeiramente, a produtividade do labor reside na força humana, que não necessariamente se esgota no momento em que são produzidos os meios para a “subsistência,