resenha crítica - tempo de matar
O caso criminal é polêmico e divide opiniões, a pergunta que o filme faz para os telespectadores é tão controverso quanto as respostas formuladas para ela, afinal, há homicídio justificável?
A estratégia de acusação da promotoria é consistente e, de imediato, arrebata quase todo o júri, pois dizia que o réu estava em suas plenas faculdades mentais ao cometer tal ato, e que o crime nada fora um produto criado pelo desespero e raiva, mas sim um ato premeditado de um homem que sentia-se acima da Justiça e, por tais motivos, deixara de ser um homem social e deveria ter como pena a morte. Os discursos de caráter apelativo tentam, logo de início, desestruturar a defesa e convencer o juiz e os jurados de que eles estavam julgando um crime atroz.
Para a defesa por sua vez, Carl Hailey, o negro, pobre e socialmente marginal foi vítima não só dos dois homens que estupraram sua filha, mas da sociedade que não aceitou sua dor como uma justificativa insensata de tais atos. O advogado Jack Brigance usou como estratégia que os fins justificam os meios, pois o réu não tinha plena consciência de seus atos, afinal ele estava em um estado emocional criticamente abalado. Com um apoio quase nulo do júri, Jack usa uma forma de linguagem ainda mais aberta e de caráter emotivo, focado no preconceito que regia a mentalidade social à época.
Brigance conseguiu justificar a falta de crença na Justiça que Hailey sentia, afinal os negros tinham direitos iguais aos brancos no papel, porém quase nulos na prática. Provou também que o homem, apesar de Ser social, também age conforme seus sentimentos, seja ele negro branco ou de qualquer outra cor. O que se julgou nesse