Resenha crítica sobre o filme "precisamos falara sobre kevin"
ÁREA DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE MEDICINA
ODARA MANFREDINI CAGGIANO
RESENHA CRÍTICA SOBRE O FILME “PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN”
Joaçaba
2013
O filme “Precisamos falar sobre o Kevin” desde seu início já sinaliza o trágico e profundo final que apresentará. A protagonista Eva, através de seu olhar inerte, revive lembranças de seu passado, mostrando, sem aparente ordem cronológica e com presença de alucinações, os fatos que culminaram em sua solitária e deprimida vida atual.
Eva era uma mulher casada e mãe de dois filhos, Kevin e Lucy. Os problemas de Eva começam já desde sua inadequação à vocação de casamento, sendo claramente visível sua indiferença em relação ao matrimônio e regras sociais impostas. Com a gravidez pela qual daria origem a Kevin, seu primogênito, Eva torna-se ainda mais apática, não ficando à vontade com sua barriga e o dia-a-dia da gestação. Este fato é mostrado na cena na qual Eva está com outras grávidas e, enquanto elas aproveitam o fato de estarem esperando um bebê, Eva mostra-se entediada e mais uma vez inerte emocionalmente em relação ao estar grávida.
Essa situação constante de não adequação na vida de Eva torna-se mais explícita após o parto – sendo que este também foi grande causador de sofrimento e angústia para a mulher -, assim, durante todo o desenvolvimento de Kevin, a mãe mostra-se ausente, sem intimidade com o filho nem nas mais simples brincadeiras e conversas. O pai de Kevin, ao contrário, sempre demonstrou afeto ao menino, não estando ciente do conflito silencioso na relação entre mãe e filho, ou preferindo não enxergá-lo. Eva não consegue se aproximar emocionalmente de Kevin, e sofre internamente com o fato de haver um bebê “desconhecido” em sua casa, não suportando nem o choro da criança – fato este visível na cena em que Eva prefere ouvir o som de uma britadeira ao invés de acalentar o filho que estava em prantos. Os anos passam, Eva tem sua