Resenha Crítica: Show do Truman
RESENHA
Como o título sugere, o filme de 1998 aborda a vida de Truman, que é filmada 24 horas por dia e transmitida ao vivo pela TV no formato de um reality show. Tudo acontece em um imenso estúdio que simula a cidade fictícia de Seaheaven e possui todos os aparatos necessários para tanto. Todavia, o personagem em questão não tem consciência que vive em uma atração televisiva e a problemática trazida pelo filme aparece quando Truman passa a de fato entender a “realidade” que o cerca.
O Show de Truman é uma variação do “mito da caverna” de Platão, que diz que o homem vê e acredita apenas no que a cultura cria. A caverna, onde estavam os três prisioneiros do mito, simboliza o mundo, pois mostra imagens que não representam a realidade em si. Portanto, só é possível conhecer a realidade quando o homem se liberta das influências culturais e sociais, ou seja, quando sai da caverna. É exatamente isso que ocorre com Truman, a sua caverna era Seaheaven e tudo que o rodeia é falso, a medida que ele entra em confronto com a sua realidade, ele vai se distanciando dela e enxergando “o mundo real”.
Um dos momentos que causa o despertar de Truman é a sua paixão pela figurante Sylvia, que também acaba se apaixonando por ele e decide revelar a verdade. Ela passa a usar um broche onde se pode ler “como irá terminar?”, um dos bordões usados durante o programa na forma de slogan, e também afirma que tudo não é como parece e que tudo está sendo filmado constantemente, pois é um programa televisivo. A partir deste momento ela consegue despertar em Truman uma leve desconfiança, mas é retirada de cena para que mais suspeitas não sejam levantadas. A partir daí, Truman fica mais atento aos detalhes do seu cotidiano e começa a perceber falhas e incoerências, logo ficam também mais evidentes as tentativas de mantê-lo preso a cidade fictícia.
O idealizador do programa, Christof, faz de tudo para impedir a fuga de Truman, manipulando a sua vida até o último nível, por isso