Resenha Crítica: Santaella e a Estética Política das Mídias Locativas
Tendo origem no Manifesto Headmap, lançado por Ben Russel, em 1999, as Propostas Locativas tornaram-se referência para discussão da cultura da mobilidade. Percebendo a internet como meio de difusão dos dispositivos móveis, Russel deixa claro que a tecnologia móvel passaria a ser sensível ao local, que teria camadas de informação vistos através de computadores sem fio habilitados com GPS. O termo “mídias locativas” foi criado por Karlis Kalnins e a partir de então trazem para o homem novas capacidades computacionais e comunicacionais de se relacionar com espaço, tempo e entre si.
São dispositivos de rede sensíveis ao ambiente, ao contexto e fornecem informação contextual de pessoas ou objetos. Para André Lemos (no prelo), elas agregam conteúdo digital a uma localidade, com funções de monitoramento, mapeamento, localização, dentre outras. Para Santaella, no entanto, com as mídias locativas, mediações feitas pela World Wide Web (WWW) tornam-se combinadas com a fisicalidade, sendo assim, as camadas de informação ligadas aos “fluxos da vida urbana”.
Lúcia Santaella é uma das principais divulgadoras da semiótica no Brasil, e em seu texto “A Estética Política das Mídias Locativas” relata que práticas de acesso propiciadas pelos dispositivos móveis conectados ao Sistema de Posicionamento Global (GPS) estão fazendo surgir um novo ambiente de misturas entre o físico e o virtual em que nosso corpo biológico cerca. Com a visão de apresentar novas modalidades de comunicação, conexão e interação, Santaella discorre o surgimento de uma estética politicamente orientada.
O Espaço público faz referência, segundo Habermas, a geografia da esfera pública. Sendo esse, lugar onde as pessoas reúnem-se para dar e fazer acontecer discussões sobre assuntos de interesse de toda sociedade.
Boa parte da vigilância contemporânea é herdeira do desejo de eficiência, velocidade, controle e coordenação da administração moderna. Mas a