RESENHA CRÍTICA:Problema do diagnóstico em psicopatologia
PAOLIELLO, Gilda. Problema do diagnóstico em psicopatologia, Revista Latino-americana de Psicopatologia Fundamental, SÃO Paulo, vol. IV núm. 1, pp. 86-93, março. 2001. Disponível em: http://www.redalyc.org/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=233018218008
Gilda Paoliello afirma que existe discrepância no diagnostico entre medicina e psiquiatria, na medicina existem sinais funcionais, físicos, biológicos, objetivos, referidos ou não a uma etiologia conhecida, que permitem enquadra um doente numa categoria específica, já no diagnostico em psiquiatria não há sinal objetivo algum, e a patologia mental, como regra, se inscreve em um distúrbio de comportamento em relação a uma normal. A autora destaca ainda que em busca de cientificidade a psiquiatria exclui cada vez mais a subjetivação, se colocando em um lugar de neutralidade, o que se torna impossível, pois o pesquisador é sujeito e objeto. Paoliello argumenta ainda que psiquiatria atual insiste em se referenciar em um modelo médico-científico, sem questionar se isso é adequado e o faz de maneira desastrosa, com isso a psiquiatria deixa de lado o que a medicina tem de mais rico, que é a tradição clínica e a delicadeza do contato médico-paciente, com todas as suas particularidades. A escritora coloca que o psiquiatra não pode ignorar o fenômeno transferencial e se excluir do sintoma, psiquiatra não pode ficar preso à vertente sintoma/doença, devendo fazer com que o sujeito queira saber sobre a causalidade psíquica. Paoliello descreve o modelo de diagnostico atual em psiquiatria como algo que exclui o sujeito, exclui o próprio psiquiatra e exclui a clínica. Nesse sentido com argumentos sólidos a autora aponta uma necessidade de resgatar a clinica psiquiátrica, considerando a subjetivação do paciente, pois a tendência atual de objetivação do método clinica acaba por deixar de lado vários significados que podem ser extraído do sujeito, deixando lacunas nessa prática, para mudar essa realidade a