Resenha crítica: plotino ou as visões do extático
Resenha Crítica: Plotino ou As Visões do Extático
A filosofia de Plotino tem como cerne a existência exterior ao corpo, o imaterial e, junto desses aspectos, o que seria Deus. Em sua perspectiva, afirma que uma definição precisa de Deus seria impossível para o homem em sua vida terrena, já que todas as palavras e definições que o homem tem a seu dispor são delimitadas pelo mundo em si, logo, não poderiam informar com precisão completa o que transcende a esse mundo. Com esse argumento, foca na afirmação “a divindade é diferente de tudo que se lhe segue”. Ainda assim, por meio dessa diferenciação não nega a existência dessa divindade. Pelo contrário, ele afirma sua existência como algo que transcende todo o finito. Plotino solidifica a divindade como uma entidade única, em oposição a toda multiplicidade do que conhecemos como nossa realidade. Porém, tal conceito sugere outro problema que deve ser resolvido: Se a divindade suprema compreende tudo, sendo única, como pode existir a multiplicidade que conhecemos como realidade? Fica claro, portanto, que a única explicação para isso seria que tal multiplicidade provém da unidade do divino de alguma forma. Logo, a unidade indicada por Plotino não pode ser vista como algo simples e limitado, mas sim como algo que contém simultaneamente tudo em sua plenitude. Dessa plenitude, usando da própria metáfora de Plotino, “transborda” a realidade como a conhecemos, como se o Um fosse uma fonte, que apesar de transbordar continua sendo o que é, e contendo aquilo que compõe a realidade como a conhecemos, porém “englobada” em sua