Resenha crítica dos textos ''Por uma genealogia do poder'' e ''O Sujeito e o Poder'' de Michel Foucault
Um das grandes contribuições do pensamento Foucaultiano foi o modo de se repensar a metodologia de análise. No próprio texto o autor cita que ‘‘este que deixou de considerar a história de uma ciência como o desenvolvimento linear e contínuo a partir de origens que se perdem no tempo’’. É interessante se pensar nisso porque sabemos, dada a complexidade das relações, que não necessariamente as coisas se produzem de formas organizadas como se contam nas histórias em que ouvimos na época de escola. Tocando no assunto escolar, remetemos a história, que serviu como metodologia para a análise que visava ‘‘estabelecer relações entre os saberes para que destas relações surjam, em uma mesma época ou em épocas diferentes.’’ Vale pensar isso antes de se criticar qualquer modo de produção de saber e discurso de uma determinada sociedade. O nazismo pode nos parecer absurdo olhando atualmente, porém na época houve uma relação de saberes que culminou no referido movimento (não pretendo aqui fazer juízo de valor sobre isso).
Outro ponto que considero importantíssimo abordar aqui é que ‘‘não se limitar ao nível do discurso para dar conta da questão da formação histórica da psiquiatria’’. Creio que isso se possa pensar não somente para a psiquiatria, mas para outras práticas atuais, dentro da própria Psicologia, onde alguns movimentos apenas se pautam em desconstruir tais verdades impostas, porém sem se propor novas formas de se pensar as tais verdades. Metaforizo como um pedreiro que crítica o trabalho de outro na construção de um muro, derruba o muro, mas não levanta um novo. Então pensando um pouco sobre essa saída da zona de conforto da crítica e análise de uma realidade desconhecida, chegamos ao que o autor coloca que Foucault, ‘ procurou centrar-se nos espaços institucionais de controle do louco, descobrindo uma heterogeneidade entre os discursos teóricos – Para além das práticas discursivas.’’ Isso pode ser