Resenha crítica do livro a guerra do iraque - john keegan
O autor do livro, o inglês John Keegan (1934-2012), foi considerado um dos melhores historiadores militares da atualidade, sendo autor de outras obras relativas à guerra, como, por exemplo, “A máscara do comando” e “A face da batalha”. Para composição do trabalho em questão, ele utilizou-se de sua própria experiência como correspondente do jornal The Daily Telegraph na Guerra do Iraque, além de entrevistas, com o então Secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld; com o General Tommy Franks, comandante geral das operações; e militares britânicos que participaram da campanha.
Perseguindo o objetivo de ir além de um simples relato sobre a guerra, o autor explora em nove capítulos, ilustrados por mapas, o desenrolar do conflito bélico, abrangendo desde a formação da nação iraquiana até as consequências da guerra. Os motivos para o embate são vários e tem uma fundamentação histórica extensa, apropriadamente elencada por Keegan durante boa parte da obra. Resumidamente, há que se ressaltarem alguns aspectos decisivos que redundaram no conflito.
O Iraque era um país que havia desenvolvido armas de destruição em massa, principalmente na década de 80. Era governado por um regime ditatorial, cujo líder, Saddam Hussein, tinha uma propensão a utilizá-las, causando instabilidade na região do golfo pérsico e servindo de possível foco de apoio a ações terroristas no mundo. O governo iraquiano estava impedindo uma série de inspeções determinadas pela ONU desde a guerra do Golfo de 1990-1991, o que sugeria sua provável intenção de continuar com seus programas de armas químicas e biológicas.
Já o governo dos EUA, desde os ataques do 11 de setembro, começou a adotar uma política externa baseada na doutrina da preempção, ou seja, atacar primeiro para evitar um risco posterior. Esta política, desenvolvida após o término da Guerra Fria por políticos neoconservadores, visava lançar ataques preventivos contra governos