Resenha crítica do livro "as prisões da miséria"
O livro As Prisões da Miséria, de Loïc Wacquant, trata sobre a expansão do Estado penal e policial na sociedade da década de 2000. Loïc Wacquant nasceu em 1960, em Montpellier, França. É um sociólogo especializado na sociologia urbana, pobreza urbana, desigualdade racial, teoria social e etnografia.
Em “As prisões da Miséria”, Loïc Wacquant argumenta que a prisão é a resposta neoliberal a pobreza, a precariedade cada vez maior do trabalho, a redução ou privatização dos serviços públicos e o colapso das áreas urbanas. Primeiramente publicado em 1999 na França, o livro foi concebido como uma intervenção contra o crescente "Consenso de Washington" do neoliberalismo e, em termos de crime, da “tolerância zero”. Loïc argumenta que a "transformação punitiva" em lidar com o crime é consequência da transformação neoliberal. A primeira parte do livro analisa como as usinas de ideias conservadoras, como o Instituto de Manhattan, colheram dados sobre o pensamento do “senso comum” sobre a penalidade. Longe de ser uma maneira obvia de lidar com a pobreza, Wacquant mostra como um pequeno conjunto de figuras bem conectadas derrubou o estado de bem-estar e implantou uma penalização inflexível. O propósito dessas usinas de ideia é fantasiar os diversos aspectos do projeto neoliberal com vestes pseudo-intelectuais. Seja “tolerância zero” ou a “teoria da janela quebrada”, essas tentativas de criminalizar a pobreza argumentam que a criminalidade deve ser entendida como um problema de comportamento moral, ao invés do resultado das desigualdades inerentes do capitalismo, da mesma maneira que ideólogos neoliberais defendem a volta do intervenção do Estado para que os indivíduos possam tomar decisões no mercado. A conexão é a seguinte: para os pobres, essa escolha é frequentemente restrita ao trabalho precário e mal pago; qualquer tentativa de redistribuir a riqueza por meio