Resenha crítica do filme: ‘lixo extraordinário’- vik muniz
Direção: Lucy Walker
Co-direção: João Jardim e Karen Harley
O filme retrata a realidade vivida por muitas pessoas em nosso país, onde o descaso, a desigualdade social e falta de uma política social eficiente às deixam a margem da sociedade. Ilustra bem a situação insalubre das condições precárias em que pessoas estão vivendo, em meio ao lixo ignoram a miséria em que vivem, não apresentando expectativa de mudar, de conseguir melhores condições de vida. Mas que ao menor sinal de valorização da sua capacidade como ser humano, eles retomam a vontade de viver, de buscar a felicidade. Isso nos faz ver que se não olharmos para o outro como um igual, ele nunca se sentirá como um igual, tornando-se parte do meio onde está e se afastando ainda mais de uma vida saudável.
Destaco o livro ‘Cidadania, Participação e Exclusão’ que vem abordar justamente essa realidade, as relações sociais são transformadas em desigualdades e diferenças de relações de hierarquia. O Estado coloca a população em posições inferiores e superiores.
Desde o descobrimento do Brasil a educação é elitista formando consciência crítica em apenas uma parte da população. A educação é um instrumento de dominação em relação àquele que não a possui, portanto, podemos explicar a passividade da grande massa popular no Brasil na qual é composta por pobres.
O Estado concede algumas vantagens ou favores à população em troca de lealdade gerando a autonomia do clientelismo, comprometendo ainda mais o quadro de miséria, aumentando o empobrecimento da população e aprofundando ainda mais a desigualdade social justamente relatada no documentário. Tudo é questão de oportunidade, pois todos somos iguais, depende da vontade, da capacidade e da oportunidade que nos é concedido. As ações de cada um transformam as coisas que sonhamos em realidade.
O filme mostrou como coisas tão distintas como arte e lixo juntos podem transformar pessoas. A população não