Resenha Crítica do FIlme "Um método Perigoso"
O filme inicia-se com um caso da jovem Sabina Spielrein que, por traumas ocorridos na infância, manifesta efeitos físicos em seu corpo como a retração dos membros e a dificuldade na fala e risos incontroláveis. O médico responsável por seu tratamento é o amante dos estudos da psicanálise e grande fã dos trabalhos do Professor Sigmund Freud, Carl Jung, que denomina o método de “cura pela conversa”. Esse caso retrata de forma clara, um dos principais fatores para o surgimento da psicanálise na época: a histeria. Em entrevistas realizadas com a paciente, Jung começa a perceber que, os efeitos físicos, tinham origem em associações feitas pela paciente, principalmente a relatos divulgados da infância sobre a violência sofrida pelo pai e que, de forma cartática, acabavam por liberar a energia sexual da paciente, ou seja, que se excitava com a submissão que sofria. Neste momento, nota-se uma relação entre o vivido na infância e o Complexo de Édipo, só que neste caso, o complexo de Édipo feminino, quando ela vê na figura do pai, seu alfa e ômega de desejos sexuais. Como forma de inclusão para uma possível canalização da libido, Carl Jung resolve utilizar sua paciente como auxiliar para um novo experimento que, por meio de perguntas direcionadas à sua esposa, observa as respostas e suas associações, que brilhantemente são interpretadas pela paciente, mostrando extrema perspicácia e grande inclinação dela para os estudos dos fenômenos psicológicos. A meu ver, é aqui que conhecemos um pouco e temos um dos primeiros contatos, não com o método de associação livre, mas com o conceito de atenção flutuante. No entanto, acredito ser o passo inicial para a implantação do método como um todo. Carl Jung viaja para a Áustria, a fim de se encontrar com o Professor Sigmund Freud, com o intuito de obter maiores esclarecimentos sobre as novas descobertas e avanços na área da “Psico-análise”, segundo Freud,