Resenha Crítica do Filme "Um estranho no ninho"
A história se passa em 1975, Randle Murphy, preso por estupro, é enviado para um sanatório após demonstrar comportamento agressivo e falta de interesse nos trabalhos da prisão. Acreditando, a principio, estar de férias, McMurphy se depara com pessoas subordinadas e amedrontadas, que viviam assombradas pelos choques elétricos, os medicamentos fortes e lobotomias. No decorrer da história, podemos perceber que a preocupação geral não é com o estado de saúde dos pacientes mas sim com a manutenção da ordem conservadora do manicômio. Entretanto, por meio de atitudes,muitas vezes consideradas anormais, o protagonista consegue tocar os outros pacientes que, aos poucos, se sentem mais livres.
Primeiramente, uma parte importante a se analisar é o título do filme. Ele consegue por si só mostrar as consequências da inserção de uma pessoa que está disposta a enfrentar a ordem vigente do local. Ele também reflete que o sanatório se tornou o lugar para depositar os "estranhos" que não se encaixam no "ninho" da sociedade, evidenciando que aquela também é um tipo de sociedade que não aceita os diferentes. Dessa forma, quem foge aos padrões impostos por ela é considerado louco e, por consequência, acaba sofrendo com os tratamentos oferecidos.
A enfermeira Ratched, que era uma pessoa autoritária, fria e calculista, abusava muitas vezes de sua posição para intimidar e desmoralizar os pacientes vulneráveis, o que nos remete, metaforicamente, a ideia de que todos somos “pacientes” na sociedade em que vivemos. Ratched tenta passar a imagem de que está fazendo apenas seu trabalho e que está sempre correta, da mesma forma que, às vezes, ocorre com nossos familiares, professores ou líderes religiosos, em quem confiamos sem nos questionarmos.
Além disso, com a explicação proposta por Foucault, ao dizer que “A doença só tem realidade e valor de doença no interior de uma cultura que a reconhece como tal.”, faz com que possamos entender o