Resenha crítica do filme The Corporation (A Corporação)

O filme The Corporation (A Corporação), produzido e dirigido por Mark Achbar, Jennifer Abbott e Joel Bakau, traz uma abordagem extremamente detalhada da corporação, abordando diversos aspectos históricos, estruturais e sociais da sua natureza, evolução e provável futuro. Dentro de um quadro de crise econômica, o filme apresenta a corporação como um paradoxo, como uma instituição que pode ser muito benéfica (gera empregos, melhorias em infraestrutura etc.), mas que também pode causar muito mal. A corporação, em seu princípio (cerca de 150 anos atrás) não passava de uma instituição insignificante, sendo hoje dominante e onipresente “como a igreja, a monarquia ou o partido comunista de antigamente”, sendo necessário analisar seu impacto em nossa vida atual. A corporação surgiu na era industrial (com o barco a vapor) e foi impulsionada pela grande revolução industrial e a guerra civil. Nessa época, a corporação possuía seu papel bem estipulado pelo governo, visando promover o bem público, como construções civis etc. Para entender a corporação, é necessário entender como ela funciona juridicamente. A mesma é formada por um grupo de indivíduos que decidem investir em determinado negócio, criando assim uma corporação. Assim, deixam de ser legalmente um “grupo de pessoas” e passam a ser uma pessoa jurídica, passando então a ser tratados como tal, sob as leis correspondentes. Após essa explanação geral, o filme traz características específicas da corporação atual, sendo a externalidade uma delas (talvez uma das bases principais para o que vem a seguir). A externalidade se caracteriza pelos efeitos produzidos pela transação de dois indivíduos à um terceiro não envolvido em tal transação, fazendo da corporação uma grande máquina externalizadora, que produz efeitos sobres todos nós. Um exemplo que é frequentemente alvo de críticas e debates é a questão ambiental. Já estamos cansados de saber dos malefícios causados por muitas grandes