Resenha crítica de “A Matriz Africana no Mundo”, de Elisa Larkin Nascimento
São Paulo
2013
Em 2003 foi aprovada a lei 10.639 que tornou obrigatório o ensino de História da África no Brasil, em todas as etapas do ensino.
Essa conquista representou o anseio de muitos brasileiros, descendentes de africanos ou não, que queriam ver a História da sua pátria mãe contada sem o viés eurocêntrico tão característico do nosso mundo globalizado.
Para isso, tivemos muitas iniciativas pelo país destinadas a resgatar a verdadeira História do povo africano e de seus descendentes pelo mundo, em particular nos países que foram colonizados e que utilizaram para isso em larga escala o expediente da escravidão.
Uma dessas iniciativas se deu pela criação da coleção Sankofa, idealizada e organizada pelo Ipeafro, entidade fundada na PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo em 1981. Essa coleção em 4 volumes foi organizada pela professora Elisa Larkin Nascimento.
Essa coleção é um reflexo do curso de extensão universitária Sankofa no período de 1984 até 1995 e visa reafirmar e aprofundar as bases históricas do povo africano, incluindo aí a sua produção intelectual e científica.
Esse primeiro volume se divide nos seguintes capítulos que tentaremos abordar:
1 – Sankofa: Significado e Intenções
A palavra escolhida para representar essa obra é Sankofa, cujo significado remete à recuperação e valorização das referências culturais africanas. Sem dúvida um termo bem apropriado pelo valor que tem essa obra no sentido de aprofundar o conhecimento e a reflexão sobre a cultura afro-brasileira e suas matrizes africanas.
Num primeiro momento esse capítulo trata de uma questão importantíssima, a saber, que o racismo não se limita somente a cor da pele mas a algo mais profundo que é a negação da identidade de um povo. Esse processo se deu principalmente no período do colonialismo europeu e suas consequências permeiam nossa sociedade até hoje.
Em seguida, temos uma