Resenha crítica de o futebol como fator de consolidação de uma identidade nacional
O futebol como fator de consolidação de uma identidade nacional
por Lynik de Pádua Monteiro Machado
Getúlio Vargas, como grande apreciador do golfe, por vezes deve ter se perguntado o porquê de o futebol ter construído um público tão fiel e fervoroso, levantando paixões e ódios, reunindo pessoas tão distintas dentro de um sentimento em comum, capaz de criar uma cultura, uma nação, um emaranhado de singularidades dentro de uma sociedade tão plural.
O futebol tornou-se uma "prática definidora da cultura local". Criou-se um sentimento quase que natural de que o futebol era algo inato do brasileiro, um verdadeiro sentimento de identidade que enraizou-se dentro da cultura desse país.
O autor divide a história desse esporte na cidade do Rio de Janeiro em quatro diferentes momentos: os primeiros anos mostram o futebol como um esporte trazido por imigrantes europeus e jovens abastados que advinham do Velho Mundo com as novidades do esporte moderno. O jogo mostra-se exclusivamente elitista, um esporte fidalgo, excluso a negros e trabalhadores em geral.
Em um segundo momento o futebol passa a ter uma presença cada vez maior das classes mais baixas e dos negros, perdendo assim sua essência fidalga. Consolida-se um sentimento de identidade criado entre diferente classes e etnias.
Posteriormente, o autor analisa os diferentes significados que os torcedores cariocas atribuíam ao jogo. O futebol torna-se consolidado dentro da sociedade do Rio de Janeiro e mostra-se a representação da própria nação através do esporte.
Por fim, entre as décadas de 1920 e 1930, um sentimento de nacionalidade é construído através do futebol. O Brasil sai da posição de aprendiz de um esporte bretão e torna-se o grande mestre desse esporte. Cria-se uma identidade nacional onde vê-se cada etnia presente no país como parte da criação de uma identidade maior.
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