Resenha crítica de O Discurso da Servidão Voluntária

LA BOÉTIE, Étienne de. O discurso da servidão voluntária: texto integral/Etienne de La Boétie; tradução Casemiro Linarth. São Paulo: Martin Claret, 2009, (Coleção a obra-prima de cada autor; vol.304)

Étienne de La Boétie foi um jovem intelectual de vida breve que viveu no século XVI, considerado o século da política. Nasceu em 1º de novembro de 1530, em Sarlat, na pequena cidade de Périgoral, no sudoeste da França. De família rica e culta de magistrados da província, sempre teve boas referências na sua formação pessoal. Foi educado pelo seu tio Estienne de La Boétie, um eclesiástico amante do Direito e das Letras clássicas, o mesmo introduziu La Boétie em um ambiente cultural onde ele descobriu o movimento da Renascença e os conceitos republicanos da antiguidade clássica, que foram marcas do seu pensamento. Foi acadêmico na Faculdade de Direito da Universidade de Orleães, foi lá onde se conectou com os clássicos por meio de estudos e tradição de grandes obras. Foi amigo íntimo de Michel de Montaigne, escritor e ensaísta francês da Renascença, que foi o responsável pela divulgação das suas obras. Em meados de 1563, La Boétie ficou doente, escrevendo seu testamento deixando seus livros e escritos para Montaigne, já prevendo sua morte. E no dia 18 de agosto de 1563, aos 32 anos veio à óbito.

Na obra Discurso da servidão voluntária, que não tem fontes precisas sobre a data de sua criação, provavelmente em 1546 ou 1548, com possíveis alterações enquanto ele estudava na Universidade de Orleães, colocando seus conhecimentos adquiridos principalmente nas aulas de Anne du Bourg. Nessa obra, La Boétie engloba temas polêmicos na sua época, ele tenta entender como os indivíduos se submetem a tiranos abrindo mão muitas vezes de sua própria liberdade. Ele aponta também nesta obra as principais características dos tiranos, além de apresentar a liberdade como um dom natural, e a tirania como sendo a oposição a ordem da natureza, fazendo assim com que os indivíduos