Resenha crítica da novela do curioso impertinente
O gerativismo é uma corrente linguística criada a partir do surgimento da gramática gerativa idealizada por Noam Chomsky por volta de 1960, cujo propósito principal era contestar o behaviourismo. A fonte de sua ideologia baseia-se no racionalismo de Descartes, uma linha de pensamento distinta à empirista, geralmente mais usada naquela época.
Existem diferenças fundamentais entre a base do pensamento racionalista e o empirista. Os primeiros, já desde Aristóteles na antiga Grécia, acreditam que o conhecimento do mundo só pode ser atingido através da razão e da lógica. Os segundos, entre os quais constam nomes como John Locke ou Francis Bacon, opinam que nascemos sem nenhum conhecimento do mundo (a mente é tratada como uma tabula rasa), e a maneira de apreender as informações é mediante os sentidos e a experiência. Tendo em conta que este texto tratará do gerativismo, vamos nos centrar na linha do racionalismo.
A lógica de George Boole, uma lógica matemática de probabilidades baseadas nas relações de E, OU e NÃO, foi aplicada para o estudo dos processos mentais, já que dizia-se que a mente humana funcionava mediante processos lógicos. E se, como Chomsky, consideramos que a língua é um processo mental, esta lógica booleana pode ser aplicada também à análise da gramática.
Chomsky se dizia mentalista, dado que visava estudar a mente humana. Essa autodenominação foi também uma crítica que ele recebeu, pois foi acusado de não estudar a linguagem objetivamente. Cabe dizer que os empiristas acreditavam que era impossível estudar a mente humana de maneira empírica, portanto, todos os resultados obtidos seriam subjetivos.
Como racionalista, Chomsky defende o inatismo, teoria que diz que o ser humano nasce com certas qualidades inatas desde o nascimento; no caso da linguagem, a habilidade de usar uma língua e falar. Os processos mentais que a criança realiza quando fala são organizados, segundo Chomsky, como uma série de programas dentro