Resenha Crítica - Cidadania e poder político na modernidade
Cidadania e poder político na modernidade
Rogerio Gesta Leal
Em seu livro Sociedade de Consumo, publicado por Jorge Zahar em 2004, a autora Lívia Barbosa escolheu o primeiro capítulo para introduzir o tema do consumismo. No capítulo intitulado como Sociedade, cultura e consumo, ela caracteriza nossa sociedade contemporânea como uma sociedade de consumo e afirma que, apesar do rótulo, consumir é uma atividade de toda e qualquer sociedade humana, que se distingue pela alta taxa de consumo e descarte de mercadoria, presença da moda, mercado e sentimento permanente de insaciabilidade, e tem como alvo principal o consumidor.
A autora apresenta as diferenças entre cultura de consumo e sociedade de consumo, que algumas vezes podem estar desvinculadas, como uma sociedade de mercado que não tem o consumo como um meio de diferenciação social. Cita o exemplo da sociedade Indiana, onde predomina o consumismo ditado pela religião. Os Indianos comercializam suas roupas e alimentos de acordo com o permitido pela sua religião, o que caracteriza uma sociedade protetora do consumidor, pois tem incentivo ao consumo, mas sem consumo em massa, só o padrão.
De acordo com a autora, existe uma relação entre consumo, estilo de vida, reprodução social, identidade, autonomia cultural e materialismo, que tem dimensões supérfluas, ostentatórias e em abundância. A consequência dessa combinação é o individualismo, que resulta numa espécie de exclusão social.
Por fim, a autora explica que consumir é um ato essencialmente cultural, pois está ligado a muitas atividades cotidianas, como por exemplo, comer, beber e vestir-se. Ao consumo estão relacionadas à produção global, circulação e inovações tecnológicas. Mas, ao mesmo passo, admite que o consumo adquiriu uma função muito acima daquela que lhe era designada, atribuindo apenas a nossa sociedade moderna o rótulo de sociedade consumista, fato que não ocorreu nas sociedades antigas.
Desse modo, o primeiro capítulo do livro