Resenha Critica
Maria da Graça Gastal em seu artigo O Vôo de Ícaro - A Tragetória de um caso clínico sob as Luzes da Psicanálise Infantil fala sobre a tragetória de um atendimento psicanalítico infantil onde fica claro a importância do brincar para o processo terapêutico. Segundo Felice ambas as partes precisam ser capazes de brincar, porém, quando o paciente não consegue brincar, cabe ao terapeuta capacitá-lo para tal, para que a análise possa então iniciar. As crianças expressam muitas vezes no brincar o que muitas vezes não sabem ou não conseguem expressar verbalmente. Rodrigué (1996) refere que a criança se comunica de muitas maneiras, entretanto a maioria delas não prioriza o discurso verbal como o adulto. A dinâmica do brincar é semelhante à dos sonhos, ou seja, a criança opera deslocamentos, condensações, representa visualmente os pensamentos – a cena e também realiza desejos. ( Klein (1997) apud FELICE)
A comunicação da criança dá-se no lúdico, nas brincadeiras, nos desenhos, através dos diversos personagens criados por ela e que dão significado, muitas vezes independente do conteúdo.
Para conectar-se a esse modo de comunicação o terapeuta deve ser capaz, a exemplo da atenção flutuante, desenvolver a capacidade de manter uma “atenção lúdica”, que está diretamente influenciada pela capacidade de brincar do mesmo. Atento as manifestações da criança.
É através da “atenção lúdica” que o analista poderá sentir, compreender e dar sentido ao conteúdo daquilo que a criança expressa. Este conteúdo deve ser devolvido, na brincadeira e na linguagem da própria criança, por intermédio de uma “interpretação lúdica”.
Freud (citado por Aberastury, 1992) na sua teoria traumática do jogo explica que no brincar, nem sempre, a criança busca o que lhe é prazeroso, mas muitas vezes repete, na atividade lúdica, situações dolorosas, elaborando os excessos de estímulo causadores do trauma.
Em notas sobre o brinquedo, Winnicott (1994) postula que