Resenha Critica
Os autores Heloani e Capitão (2003) discutem no artigo “Saúde mental e psicologia do trabalho” sobre a forma em que o trabalho se organizou até os dias atuais em nossa sociedade com o foco nas repercussões psíquicas sob o prisma da análise sociopsicológica sobre o sentido e a jornada de trabalho e seu impacto na saúde física e, em especial, a saúde mental do trabalhador.
Atual área da saúde mental está tentando buscar subsídios que proporcionem melhores condições para a saúde da população, além do que a psicopatologia tradicional. Como proposto no artigo, à discussão está voltada para as pessoas vulneráveis. Os autores argumentam que os transtornos mentais mais graves não são causados pelo trabalho, mas, dependem da “pré-disposição” da estrutura psíquica do sujeito e de condições ambientais, podendo manifestar-se antes da inserção do sujeito no mercado de trabalho. Entretanto, quando o contexto do trabalho não oferece condições adequadas ao bom desenvolvimento do trabalhador, as psicopatologias pré-existentes em estado “latente” ou menos severas, podem tornar-se crônicas e o trabalho passa a ser encarado como “causador de sofrimento”. E, essa questão torna-se sensível quando pensada sobre o ponto de vista do trabalhador que é cada vez mais exigido em qualificação pelo mercado de trabalho, mesmo quando se trata de funções simples e mecânicas.
Os autores explicam sobre os determinantes históricos que contribuirão para atual formatação do mundo do trabalho. Para a compreensão desses determinantes históricos sobre o “homem x trabalho na modernidade” (pg.104) é preciso lembrar a analogia da máquina, esta figura é usada em várias ocasiões para explicar sobre os meios de produção e a relação consumo e produtor. Então, o trabalho configura-se como o representante da força de impulsos que o homem emprega para executá-lo, para poder ou não consumir o que foi por ele produzido, abrindo possibilidade