Um excelente filme, que apesar de ter sido rodado há quase sessenta anos possui uma excelente fotografia, roteiro fantástico e uma peculiar sensação de interesse ao caso, cada vez mais pelo desenrolar da trama. O que mais achei interessante é a questão de como o ser humano pode ser influenciado por dúvidas e questionamentos, o que não é certeza também pode ser verdade nos argumentos enfrentados pelos doze. Realmente é uma obra prima, todos deveriam assistir, pois, de juiz, médico e louco todos temos um pouco. Um filme que deveria ser obrigatório aos estudantes de direito e a sociedade em geral. E por outro lado se pensarmos nos recursos tecnológicos reduzidos para se fazer um filme naquela época, o filme é EXCELENTE. Agora, se pensar só na trama, nas discussões, nos diálogos, em o filme se passar em uma sala durante todo o tempo, pensar que foram utilizados somente 12 personagens muito expressivos … O filme continua EXCELENTE. Mostra-se que com um orçamento reduzidos, um bom roteiro, bons atores e uma boa estória pode-se fazer sim, um filme que atravece décadas. É um filme que discute a construção da polis, da vida em comum, da democracia. A democracia não se faz com pressa, é só olhar o Brasil de hoje. Quanta coisa há por trás da morte de Joaquim - uma criança de apenas 3 anos “supostamente” morta pelo padrastro com ajuda da mãe. Qualquer sentença precipitada é um perigo, um tiro e uma culatra. Não se pode querer justiça com sangue e raiva, existe motivo de fúria para todos os lados, esquerda ou direita, mas a democracia nasce de uma disputa fora da precipitação. A lei da barbárie não pode ser parâmetro, ela já está acontecendo, e ela ocorre quando se suprime o tempo necessário para analisar a fundo a vida e a cidadania.