Resenha critica
Julgamento em Nuremberg” (1961) é uma obra ímpar, com um elenco soberbo, um roteiro tocante e um tema de profunda seriedade, expondo corajosamente o grande dilema entre a aplicação da justiça sobre os juízes nazistas responsáveis pela condenação de milhões de pessoas inocentes na 2ª Guerra Mundial.
O grande suporte desse filme obrigatório, é sem dúvida, o seu elenco formidável. Das 11 indicações ao Oscar que o filme recebeu, 4 foram só na categoria de atuação. Maximilian Schell (1930), como o advogado de defesa Hans Rolfe, levou a estatueta de melhor ator; o veterano Spencer Tracy foi indicado a melhor ator e dois dos maiores nomes de Hollywood que nunca ganharam o prêmio foram preteridos pela dupla de coadjuvantes George Chakiris - Rita Moreno, de “Amor, Sublime Amor” (61). Os dois são simplesmente, Montgomery Clift (1920-1966) e Judy Garland (1922-1969). Clift está estupendo como o alemão Rudolf Petersen e atua por cerca de 17 minutos, mas com uma intensidade poucas vezes vistas. Um grande erro da Academia. Judy Garland atua menos de 15 minutos, mas como o papel chave de Irene Hoffman que é convencida a testemunhar contra o juiz Ernst Janning (Burt Lancaster), que passa boa parte do filme calado, mas quando faz alguma intervenção é sempre marcante. Destaque para a memorável cena final em que Lancaster contracena com Tracy, um duelo de titãs. Ainda brilham, Richard Widmark numa atuação muito inspirada e uma charmosa Marlene Dietrich, que encanta quando traduz um trecho da canção “Lili Marlene”.
O filme ainda concorreu a melhor filme, diretor (Kramer), fotografia (Ernest Laszlo), figurino (Jean Louis), edição (Frederic Knudtson), direção de arte (George Milo e Rudolph Sternad) e ganhou na categoria de roteiro adaptado para Abby Mann que escreveu de sua própria peça.
No discurso final do advogado de defesa, ele atribui também culpa pelo Holocausto promovido pelo governo alemão a Rússia, ao Vaticano, a Winston Churchill e aos