Resenha critica
O quinze
O livro retrata a seca vivida no Ceará no ano de 1915.
A história pode ser dividida em duas partes: A saga da família de Chico Bento e a historia de amor entre Vicente e Conceição.
A história de amor entre Vicente e Conceição poderia ser o lado bom e humano da história. Não é. A falta de comunicação entre os dois, o desnível cultural que os separa constituem ingredientes amargos para um desfecho infeliz. É como se a seca, responsável por tantos infortúnios, fosse causadora de mais um: a impossibilidade de ser feliz para quem tem consciência da miséria.
Dona Maroca, não vendo solução para a seca, manda soltar o gado. Vicente persiste no trato da criação que se encontrava muito degradado. Chico Bento sem emprego e a mulher (Cordulina), a cunhada (Mocinha) e seus cinco filhos saem em busca de uma vida melhor rumo ao Amazonas a pé, pois eles não conseguiram ganhar as passagens de trem que o governo oferecia aos retirantes.
Conceição convence Mãe Nácia a deixar o sertão e ir para Fortaleza.
Durante a viagem à seca se intensifica. Chico Bento e sua família passam por severas dificuldades durante o percurso. Tendo pouco dinheiro vindo das vacas vendidas no Quixadá para Vicente, Chico Bento e sua família começam a passar fome, sede e as desgraças começam a acontecer. E mesmo passando por tudo isto Chico Bento divide o pouco que lhe resta com outra família – um pedaço de carne salgada-, pois eles estavam prestes a comer uma vaca que já se encontrava em estado de decomposição.
Mocinha se despede de sua família e segue o seu próprio caminho, indo trabalhar para uma senhora na estação que vendia café. Alguns anos depois ela vira prostituta.
Passado algum tempo sem comida, Josias encontra um pé de mandioca e come a raiz de mandioca brava crua e morrem envenenado, seus pais o enterram no meio do caminho.
Continuando a viagem Cordulina cai no chão, pois já não aguentava mais a fome, sede e cansaço, então Chico Bento sai a procura de alimento