Resenha Critica sobre o livro de Clifford Geertz
Nome: Evelyn da Silva Nunes
Curso: Direito – 3º Período
Antropologia Jurídica
O livro Clifford Geertz – o saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa – no seu capítulo 8, traz uma velha discussão que nos remonta à priscas eras do saber acadêmico. A grande discussão em relação às distintas afinidades entre o saber jurídico e toda a sua questão voltada para a legalidade, restrição e jurisprudência no stricto sensu e a antropologia buscando questionar justamente essa visão “primitiva” do Direito. O que se pode observar no primeiro momento, é que o autor de maneira bastante plausível tenta trazer esta reflexão sobre qual o real relacionamento entre os fatos e as leis, buscando sempre relacionar com as visões etnográficas e juristas, e como o “saber local” de cada sociedade pode interferir nas questões jurídicas.
Para o autor, a visão clássica da Antropologia Jurídica, encontra-se com ideologias simplistas e limitadas, que acabam dificultando a relação e porque não dizer, união entre o conhecimento local e o antropológico. Já os vieses hermenêuticos, devem ter uma consciência mais ampliada e apurada em relação à realidade que permeia a variadas e complexas relações humanas. Segundo Geertz, apesar de serem distintos, o direito e a antropologia se complementam de tal forma, que numa mera tentativa de uni-los todas essas questões morais e politicas, tanto debatida entre essas duas áreas acadêmicas, seriam mais simples de serem resolvidas. Trazendo todo esse questionamento para a realidade, pode-se constatar que o autor foi bastante feliz ao abordar tal crítica, no qual o que se tem visto hoje em dia é uma falta de “sensibilidade jurídica” na aplicação do Direito. Juízes, advogados e vários outros magistrados do Direito preocupam-se cada vez menos com a realidade das comunidades que representam e somente se limita aqueles conceitos jurisprudenciais e aqueles debates estáticos do direito, acreditando que os problemas