resenha critica do filme Giordano Bruno de Giuliano Montaldo
Giordano, apesar de ter recebido educação dominicana, discorda das verdades e dogmas da Igreja Católica e abandona a vida clerical, passando a vagar pelo mundo ensinando filosofia e a arte da memória.
Embora o que diz respeito as suas ideias não chegue a ficar muito claro, pequenos flashes revelam sua importância como conselheiro político de príncipes e reis, mas suas teorias e sua perseguição ficam difusas.
Giordano foi um dos grandes pensadores de Esquerda de sua época, num momento onde o poder da Igreja Católica estava acima de tudo. Ao menor descuido, qualquer um poderia ser acusado de herege e queimado em praça pública. Preso pela inquisição tenta escapar. A cúria romana o força a extraditá-lo para Roma, onde a execução o espera.
No filme, alguns traços históricos são determinados de forma muito interessante, como as diferenças entre a República de Veneza e Roma, centro do poder do clero. A autoridade do Papa era reconhecida por todos os reinos pelos quais perpassavam e eram dominados pela igreja católica, mas controlava administrativamente apenas o centro da península itálica, mesmo que a Igreja Católica fosse uma das bases de várias monarquias européias. Quando o senado veneziano vota em favor da extradição de Giordano Bruno, fica evidenciado o enfraquecimento da autonomia de Veneza, que, no século XVI, já estava em decadência como as outras cidades mercantes do Mediterrâneo, a ponto de o senado decidir conforme fosse mais conveniente para suas relações com a Santa Sé.
O filme Giordano Bruno é interessante, mas não pode ser descrito como uma grande obra-prima cinematográfica. Detecta-se uma possível preocupação em colocar nos diálogos