Resenha Critica de bras cubas
Introdução: Memórias Póstumas de Brás Cubas é um romance escrito por Machado de Assis, desenvolvido em folhetim, de março a dezembro de 1880, na Revista Brasileira, para, no ano seguinte ser publicado como livro. É um "divisor de águas" na Literatura Brasileira, em que divide as duas partes o trabalho do escritor Machado de Assis: a fase romântica e a fase realista e faz a passagem do Romantismo para o Realismo brasileiro. Como fica explícito no título, quem narra já está morto, estabelecendo um dialogo critico de sua parte onde noções de verdade, ciência e razão são colocadas em discussão. O narrador vê o mundo com ceticismo e desprezo e, dirigindo sua crítica ao gênero humano, transforma o próprio leitor em uma das vítimas das ironias do livro. Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata a escravidão, as classes sociais, o cientificismo e o positivismo da época, chegando a criar uma nova filosofia, mais bem desenvolvida em Quincas Borba (1891) — o Humanitismo. O livro influenciou escritores da época, sendo assim considerada uma das obras mais revolucionárias e inovadoras da literatura brasileira. Temos uma obra em estilo substantivo e anti-heróico, em uma linguagem ambígua, sutil, e com humor, usada para ironizar e destruir todas as ilusões românticas mencionadas no periodo anterior. Este narrador que não é nada confiável, ilude, provoca e desconcerta seu leitor, servindo-se de conversas nas quais ironiza suas expectativas, fazendo reflexões metalinguísticas, usadas para criticar a linguagem e a estrutura das narrativas tradicionais e questionar o próprio processo de criação literária. A narração é feita em primeira pessoa,ou seja, o narrador se autointitula um defunto-autor – um morto que resolveu escrever suas memórias. Assim, temos toda uma vida contada por alguém que não pertence mais ao mundo terrestre. obra é apoiada em dois tempos. Um é o tempo psicológico, do autor além-túmulo, que, desse modo, pode