Resenha Critica - 4;44 O fim do mundo
537 palavras
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Com "4:44 - O Fim do Mundo", Abel Ferrara nos oferece o estranho e monótono vazio que antecede o fim.A raça humana sempre buscou, de maneira desesperada, significados para sua existência, e a ideia de uma aniquilação total não deixa de ser uma delas. O fim do mundo pode ser enxergado como uma prova cabal de que existe sim algum sentido para o nosso planeta, mesmo que seja o de ser extinto.
Em "4:44 - O Fim do Mundo", o diretor Abel Ferrara ("Vício Frenético") resolveu passear por este conhecido tema, apresentando as últimas horas do planeta Terra - que será engolido pelas previsões "alarmistas" do ex-vice presidente Al Gore. Temos então como foco uma surreal percepção do evento, vivenciada pelo casal Cisco (Willem Dafoe) e Skye (Shanyn Leigh).
O roteiro aparentemente simplista aborda basicamente as emoções e relações humanas, investigando os pontos positivos e negativos de uma união conjugal, e como estes influenciam o comportamento dos dois diante do armageddon.
Os elementos mais evidenciados são: o sexo, os relacionamentos paralelos do casal (parentes e amigos), e a falta de compreensão e atitude diante deste desfecho inesperado - ninguém ali fez planos para o fim do mundo.
Ferrara também esmiúça o uso da tecnologia, ferramenta que possui suas qualidades (de encurtar distâncias) e também defeitos (de se acomodar com as distâncias). Praticamente todas as interações humanas do filme são feitas através do Skype, despedidas de pais e filhos são pouco calorosas, sem expressividade, algo ausente e desprovido de sentimentos mais edificantes.
Willem Dafoe é um competente ator, e cumpre bem o seu papel no longa. Já a jovem Shanyn Leigh aparece um pouco perdida, mas não chega a ser um problema para o resultado final. No entanto, o ritmo escolhido por Ferrara é o grande X da questão: lento e moroso, ele se torna extremamente cansativo, e o fato de tudo ocorrer no mesmo ambiente (o apartamento do casal) só piora a falta de dinâmica. Mesmo assim, temos