Resenha Cri Tica A Cidade Antiga
COULANGES, Fustel de. A cidade Antiga. 4. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
O erudito historiador Fustel de Coulanges, nascido em Paris no século XIX, em sua vasta obra “A Cidade Antiga” procurou estudar a mentalidade e as instituições dos povos gregos e romanos, pois ele acreditava que as religiões primitivas dessas duas sociedades foram a base para a construção das mesmas.
Fustel afirmou que “enganamo-nos redondamente quando só apreciamos estes povos antigos através de opiniões e à luz de fatos do nosso tempo” (p. 1) e procurou, assim, introduzir a ideia de que para se conhecer verdadeiramente os povos antigos, deveríamos estudá-los sem a preocupação de ver neles homens como nós.
O livro primeiro, dividido em apenas quatro capítulos, procurou estudar os pilares da religião grega e romana, ou seja, as duas principais crenças: o “culto dos mortos” e o “fogo sagrado”.
Os gregos e romanos acreditavam que a morte era apenas uma transformação. A nossa alma, no entanto, continuava morando no corpo e dentro do túmulo. A cerimônia fúnebre era realizada para garantir a felicidade eterna ao falecido e para evitar que este se tornasse um errante, sofrendo e enviando má sorte à família. Fustel acreditava que o sentimento religioso das sociedades grega e romana começou com o culto aos mortos, incluindo, assim, o fogo sagrado que era dedicado aos antepassados e visava manter a relação entre os mortos da família e o lar doméstico.
Deste modo, as religiões se manifestavam nas casas, as quais cada uma possuía os seus deuses e protegia a sua família. Os rituais e as orações eram transmitidos de pai para filho.
O segundo livro, dedicado à família, dividiu-se em dez capítulos. O autor nos conduziu para o seio da família, onde a religião exercia um papel importante, “a família era assim um grupo de pessoas a quem a religião permitia invocar o mesmo lar e oferecer a refeição fúnebre aos mesmos antepassados” (p. 37).
O casamento foi tido como a