Resenha - crepusculo dos ìdolos
Colocando os juízos de valor sobre a vida como imbecilidades, o autor nos demonstra que tais valores nem sequer existem. Esses valores tratados pela religião como um todo, são apenas sintomas da doença da ilusão da realidade. Pois o real valor da vida não pode ser avaliado por meros mortais. Sendo seres viventes, sendo parte da vida, não podemos julgá-la. Não somos juízes do além e muito menos os mortos julgam alguma coisa.
Entra aqui o valoroso papel do filósofo. Ele se encontra arrebatado pelo sofrimento de estar vivo e compreender a decadência dos que julgam a vida. Mas é por isso, pelo fato de ser filósofo e compreender este além da vida, que o filósofo não se cala, sente a angústia de compartilhar o que raramente alguém poderia pensar.
Um pensamento interessante em “Crepúsculo dos Ídolos” é a associação que Nietzsche fez entre a felicidade e os instintos em uma vida em ascensão. Ele trata a felicidade como sendo igual aos instintos, como dependente direta dos instintos humanos. E isso é radicalmente contraposto ao pensamento religioso, que impõe que os instintos precisam ser combatidos, limitados, podados. Se os instintos são essenciais à vida, então fica claro que o pensamento religioso é algo contranatureza humana. A religião ao pregar a vida eterna feliz, acaba pregando a vida presente mortificada pelo marasmo do controle da vivência natural de Ser. Desta mesma forma acontece com os sentidos. Para não sofrer, o pensamento religioso combate as paixões suprimindo (Nietzsche usa os termos “castrando” e “extirpando”) os sentidos de forma antinatural, já que os sentidos são essenciais à vida.
E como tratar o pensamento religioso acerca das paixões? A igreja primitiva lutou contra os