RESENHA CR TICA A LINGUA DE EUL LIA

BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. São Paulo: contexto, 2008.
Marcos Bagno nasceu em Cataguenses, Minas Gerais, em 21 de agosto de 1961. Formou-se em Letras pela Universidade Federal de Pernambuco, onde também obteve o título de mestre em Linguística. Alcançou o título de mestre em Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo e iniciou como professor do Departamento de Linguística da Universidade de Brasília. Tradutor e escritor, é consagrado com diversos prêmios e mais de 30 títulos publicados entre literatura e linguística com obras voltadas para a educação. Iniciou sua carreira em 1988 ao receber o IV Prêmio Bienal Nestlé de Literatura pelo livro de contos “A Invenção das Horas”. Possui artigos publicados na revista Diógenes (Editora Universidade de Brasília), tais como: “O mito do Unicórnio” (1985) e “Por uma sociologia do Romance” (1986).
O livro A língua de Eulália narra a história de três amigas Vera, Silvia e Emília, estudantes universitárias e também professoras do curso primário do mesmo colégio em São Paulo, que decidem passar suas férias em Atibaia na casa da tia de uma delas, Irene, professora universitária aposentada da língua portuguesa e linguística. Ao chegarem ao destino programado, as meninas se deparam com Eulália, ex empregada da casa e agora amiga de Irene. As garotas acham graça da maneira com que Eulália fala (a forma não-padrão da gramática brasileira). Em suas “aulas informais”, a professora vai mostrando que o que Eulália fala, não são “erros”, mas uma variação linguística do português. Um português diferente daquele visto a séculos, que é passado nas escolas, de geração para geração, elevando a língua à categoria abstrata, sem considerar a mesma como toda e qualquer manifestação oral/escrita do ser humano.
Neste livro, o autor desfaz o mito da linguística no Brasil, onde a língua não deve ser considerada “certa” ou “errada”, apenas a conhecida e desconhecida. Aponta que na comparação entre o português