Resenha Comparativa dos textos de Norma Breda e Eugênio Garcia
Resenha Comparativa dos textos
SANTOS, Norma Breda. “Diplomacia e fiasco. Repensando a participação brasileira na Liga das Nações: elementos para uma nova interpretação” In: Revista de Política Internacional, vol. 46, 2003.
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GARCIA, Eugênio Vargas. O Brasil e a Liga das Nações (1919-1926): vencer ou não perder. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2000. p. 71-141.
Rio de Janeiro, 2013.
1. Introdução
Norma Santos e Eugênio Garcia, em suas obras, buscam explorar um ponto pouco divulgado ou comentado da política externa brasileira: a busca desenfreada do Brasil por um assento permanente na Liga das Nações. Enfrentando diversos obstáculos, realizando diversas manobras, o Brasil, por falta de apoio e por ações desmedidas, nada consegue junto das potências europeias, além de ter que se retirar para que não fosse humilhado e que houvesse uma fissura maior em suas relações internacionais.
Partindo de princípios diferentes, os autores caminham juntos no contexto histórico, muito bem definido e linear, embora não caminhem tão próximos no que tange a opinião sobre as ações brasileiras para conseguir um assento permanente. Desta forma, Norma Santos, apesar de julgar as atitudes brasileiras exageradas, se utiliza de um discurso mais brando, percebendo que há uma tentativa de projeção internacional, que é legítima e necessária; enquanto Eugênio Garcia é ferrenho em criticar a imaturidade e desespero brasileiro, ignorando suas mazelas internas em troca de prestígio internacional.
2. Liga das Nações e os desdobramentos brasileiros
O início do século XX foi marcado, como bem é observado nos dois textos, por ambiguidades e paradoxos que envolviam a modernidade. Apesar de todas as novidades e efervescências do mundo moderno, ainda pela segunda década do século XX, resistiam comportamentos e crenças que reproduziam ares do Antigo Regime. Norma Santos pontua a Primeira Guerra Mundial como