Resenha comparativa de eu receberia as piores notícias...
Ao remover o cenário da corrida do ouro e substituir por uma luta política contra o desmatamento, a violência acaba por ser amenizada no filme em comparação ao livro, mas ainda se encontra presente. De certa forma, o filme de Beto Brant simplifica cada trama presente no livro, de forma a diluir a obra o bastante para ser adaptada ao cinema. O primeiro encontro de Cauby e Lavínia na obra literária é como um grande presságio de tudo o que está por vir, as palavras que Cauby cita a todo o momento do professor Schianberg praticamente resumem o que está por vir.
Essa simplificação, porém, não empobrece o filme. Filme e livro são diferentes sim, mas cada um tem seu mérito. A narrativa do longa é intrincada e vertiginosa, e a trama parece uma colcha de retalhos. A falta de distinção entre flashbacks quebra a linearidade do filme, e faz com que o espectador reflita sobre o que acontece em tela, tentando juntar os pedaços da história. A forma como o longa se desenrola é justamente o que faz com que seja uma boa adaptação, mesmo que removendo figuras importantes.
O tema do garimpo, aqui substituído pela exploração ilegal realizada por madeireiras, toma um ar mais político e menos violento. O pastor Ernani torna-se a figura central ao dar voz à população levando os a proteger sua terra.
O romance central fica exacerbado, a forte paixão de Cauby e Ernani por Lavínia. Ambos a admiram de sua forma, como se um a amasse pela imagem e um pela alma da garota que foi salva da prostituição. Enquanto o amor de Ernani é pela alma recuperada da garota, o de Cauby