Resenha Comparativa das Crônicas de Fernão Lopes e Gomes Eanes Zurara
A literatura medieval é um tema muito abrangente, a literatura desta época era composta de escritos religiosos bem como de obras seculares. Da mesma forma que a literatura moderna, é um complexo e rico campo de estudo que vai do totalmente sagrado ao exuberantemente profano, passando por todos os pontos intermediários. Por causa da vasta extensão de tempo e espaço é difícil falar em termos gerais sem simplificar a literatura melhor caracterizada por seu lugar de origem e/ou linguagem, bem como por seu gênero. Duas obras clássicas da monarquia portuguesa serão analisadas . A primeira é um fragmento do primeiro capítulo das “Crônicas de D. Pedro” de Fernão Lopes e a outra é a “Crônica da Tomada de Ceuta” de Gomes Eanes de Zurara. Fernão Lopes foi guarda-mor da Torre do Tombo, onde ficavam os documentos oficiais do Reino e também cronista-régio da corte, dessa forma, ficou “sob a incumbência oficial de colocar os feitos dos reis portugueses na forma de crônica” (GIANEZ, 2009; p. 97). E seu sucessor foi nada mais, nada menos do que Zurara, que inclusive finalizou os feitos de D. João I, iniciados ainda por Fernão Lopez.
Ambos os textos são escritos em galego-português, idioma presente na época na Península Ibérica e que deu origem a Língua Portuguesa. Mesmo sendo escritos na em mesma língua, ambos os autores têm seus traços estilísticos bem definidos. O texto de Fernão Lopez é escrito em discurso indireto, em contraste a Zurara, que prefere dispor do recurso de “discurso direto com intercalada que identifica o locutor” (DUARTE, p. 207), nos quais as falas são muito longas e que por vezes se torna confuso acompanha-las.
A narração em Zurara, tem como estilo narrativo padrão nas Crônicas oficiais, onde eram enaltecidos figuras de destaque e seus grandiosos feitos.(BERTOLLI, 2007, p. 97). No caso das similaridades entre os dois textos, podemos falar sobre presença da devoção cristã e a