Resenha Cohen_Currency and State power

RESENHA

COHEN, B. Currency and State Power. IN: FINNEMORE, M, GOLDSTEIN, J. Back to Basics: State Power in a Contemporary World. Oxford University Press, 2013.

Samuel Peres

Neste trabalho, Cohen discute a questão do poder nas relações monetárias internacionais. Especificamente, partindo do pressuposto de há uma relação entre moeda internacional e poder do Estado nacional detentor dessa moeda, ele analisa a relação de causalidade entre essas variáveis, tomando o poder como variável dependente.
Primeiramente, Cohen define o conceito de poder dentro da esfera monetária das relações econômicas internacionais como um elemento resultante de autonomia e influência, sendo a primeira um pré-requisito para a segunda. Nesse sentido, o ponto central é o balanço de pagamentos, por meio do qual as economias nacionais estão conectadas entre si, e o conceito de poder monetário, e, portanto, de autonomia monetária, refere-se à capacidade de evitar ou adiar os custos de ajustamento de desequilíbrios no balanço de pagamentos, ou desviar estes custos para terceiros. Uma vez estabelecida a autonomia, surge a possibilidade do governo em questão exercer influência sobre as ações dos outros. Ressalta-se, ainda, que a as assimetrias nas relações entre os Estados e o quão centralizado está um país na rede global de interações estão na raiz da autonomia, e, portanto, constituem-se em fontes de influência.
Posto isso, são analisados individualmente os papéis da moeda internacional a fim de verificar os impactos de cada um deles no poder do Estado. Os papéis da moeda são analisados no âmbito privado (mercado) e oficial (política governamental), a partir de suas três funções clássicas: meio de pagamento, unidade de conta e reserva de valor. A esfera privada divide-se no mercado de divisas, mercado de faturação e liquidação (que envolve o comércio de bens e serviços), e mercado financeiro (investimento). Na esfera oficial, encontram-se os papéis da moeda como âncora cambial, para