Não querendo inocentar as escolas, em geral, e as de jornalismo, em particular, pelas deficiências no ensino, que geram profissionais despreparados para o trabalho jornalístico. Quero apenas deixar claro que, a essas deficiências estruturais, agrega-se a dificuldade especifica de uma profissão que não permite acomodação ou a mais remota certeza de “saber tudo” sobre um país, uma situação, um ramo do conhecimento humano. A especialização Contra esses obstáculos, cabem duas atitudes diametralmente opostas: o conformismo, a aceitação passiva de que as coisas são assim mesmo e nada é possível fazer, ou a luta pela permanente atualização, a busca obsessiva pela complementação, de conhecimentos, de cultura ou de informação. É obvio que só a segunda é correta. Em primeiro lugar, a imprensa brasileira ainda não venceu a regra não escrita de que o jornalista é um especialista em generalidade. Ou, em outras palavras, um sujeito que sabe pouco de muitas coisas. Mas é certo que a qualidade da informação seria muito maior se cada um dos quatro assuntos citados pudesse ser tratado por um jornalista com razoável background deles. E, á medida que o país se desenvolve, novos temas vão se incorporando ás páginas dos jornais, exigindo do jornalista mais desdobramentos. Os especialistas escrevem para especialistas e não para o público em geral. Também acho importante para o jornalismo que o campo de caça aos talentos se amplie em vez de ficar limitado aos profissionais formados pelas escolas de comunicação. Mas o problema não pode ser resolvido pela simples substituição de jornalistas por especialistas, a menos que o especialista seja capaz de escrever bem e