Resenha Cidade de Deus
O filme apresenta a vida nas favelas como de fato ela é. A violência, as fortes cenas de criminalidade, uma verdadeira guerra civil, onde crianças se sentem orgulhosas em cometer crimes, podemos observar isso no personagem de Zé Pequeno, que desde criança apresenta uma personalidade cruel, uma dura realidade social brasileira.
No entanto, fazendo uma análise social do filme, a representação social do “bandido” e o grupo de referência remetem-nos a uma facção social menosprezada e reprovável: a dos bandidos, enfim, a dos que ganham a vida “não fazendo nada”, ou assaltando, como é o caso.
Tomamos como exemplo os pais de Buscapé: se, a este, transmitiam as mais básicas normas, valores e regras sociais, fazendo-o aprendê-las, imitá-las e identificar-se com eles, ao seu irmão já não o conseguiam influenciar mais, visto que este, tendo em conta a socialização secundária realizada com os seus grupos de colegas e de amigos foi, por oposição, negativa. Há uma geral ausência de valores, certo é que relativos ao espaço.
Nas variadas ruas de Cidade de Deus, observa-se como as práticas de poderes estão presentes nos diferentes grupos sociais. No filme os indivíduos desde crianças são expostos às dor do mundo e a socialização do sujeito é marcada pelo abandono sócio-político, ou seja, existe a ausência de um olhar social para aquele lugar que assegure uma educação, saúde, segurança e emprego, o que faz com que o jovem, através de uma família não estruturada, busque a sua